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29 de julho de 2022
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O Papado é uma posição singular, única, que não pode realmente ser comparada com qualquer outro papel de liderança. Mesmo assim, os eventos da semana passada sobre a eleição do Papa Francisco trazem à mente três surpreendentes lembretes de algo que eu escrevi há algum tempo: as qualidades de auto sacrifício, humildade e altruísmo que os verdadeiros líderes devem possuir.
O primeiro exemplo esta relacionado com o local para onde vai o novo Papa imediatamente após ser eleito: a Sala das Lágrimas. Como um site explicou, o nome se justifica por ser o local onde “novos papas frequentemente se emocionam ao pensar no pesado fardo com que lhes foi confiado.”
Em geral, não imaginamos um presidente de empresa (CEO) recém contratado ou promovido ir para uma sala isolada para uma meditação solitária ou uma reconciliação emocional, mas a ideia me parece bem razoável. Afinal, tornar-se o líder de qualquer organização envolve um pesado discernimento e grande responsabilidade, ou pelo menos deveria. O que seria mais apropriado que investir algum tempo para refletir sobre tudo isso? Talvez todos os lideres devessem procurar suas próprias Salas das Lagrimas após sua contratação ou promoção.
Em segundo lugar, foi reportado que o Papa Francisco, então Cardeal Bergoglio, disse antes do inicio do Conclave que não queria ser eleito Papa. Seu antecessor, Bento XVI, fez o mesmo comentário antes de sia eleição em 2005, bem como outros antes deles. Eu vi um jornalista, ao ouvir o comentário do Papa Francisco, olhar para o alto e declarar, “Bem, ele pode ter dito isso, mas eu não acho que acredito nele. Você pode imaginar alguém que ocupa o cargo de Vice Presidente Executivo numa empresa por muitos anos dizer que não quer se tornar Presidente?”
Embora ser Papa é claramente diferente de ser presidente ou líder político — algo que pode ser difícil para a imprensa entender completamente — há uma lição a ser aprendida do comentário do repórter. Ele estava sugerindo, ou talvez presumindo, que a liderança é algo que deriva da ambição pessoal e da realização individual do líder, e não da humildade de servir e da aceitação de responsabilidade. Eu acredito que é justo dizer que é desta forma que muitos, se não a maioria, enxerga a liderança.
Francamente, eu acredito que o mundo seria um lugar melhor se mais de seus lideres aceitassem a responsabilidade com mais humildade e relutância, ao invés de reivindicar por ela e pela pompa que a acompanha. Acredito que essa mudança, tirando o foco da liderança do líder para as pessoas que os líderes servem, seria uma grande evolução para as organizações.
Eu lembro do meu professor de história do colégio, Sr. Fanucchi, fazendo um comentário interessante nesse sentido, há muitos anos. “A única pessoa que deveria ser presidente dos Estados Unidos,” ele disse, “é alguém que não deseja ter o cargo.” Isso fez sentido para mim na época, e ainda faz. E fez sentido perfeitamente quando o Cardeal Bergoglio disse que não queria ser eleito na véspera de se tornar o Papa Francisco.
Um aspecto final do Conclave Papal que me impressionou é a forma com que todos os Cardeais imediatamente se submetem a seu novo líder, um homem que, por definição, era um de seus pares há apenas alguns momentos. Frequentemente as organizações encontram dificuldades quando alguém é repentinamente alçado a uma posição de liderança, e eu nunca entendi completamente porque isso parece tão mais fácil para o novo Papa e seus antigos pares.
Agora me ocorreu a resposta, e tem tudo a ver com os dois primeiros pontos; os Cardeais não veem o novo Papa como o vencedor de um torneio, mas sim como alguém que acaba de aceitar uma responsabilidade gigantesca e amedrontadora. Um exemplo pequeno, mas muito forte, do fardo que é se tornar Papa é o fato que, após o Conclave, os outros Cardeais deixam Roma para retornar a seus respectivos lares, enquanto o Papa Francisco ficará em Roma definitivamente, sem ter sequer alguns dias para voltar, juntar seus pertences, dizer adeus a seus amigos e família e receber parabéns e bons votos. Pense nisso. Após passar toda sua vida na Argentina, ele repentinamente encara o fato de que ele só voltará para lá no evento de uma visita Papal oficial em algum momento nos próximos anos.
E se isso não fosse suficiente, considere que o Papa Francisco ainda pediu a seus amigos e colegas argentinos que não comparecessem a sua missa e cerimônia inaugural em Roma, e que usassem o dinheiro que teriam gasto na viagem para ajudar os pobres. É difícil imaginar um maior sinal do fato de que esse homem vê seu papel não como algo a ser celebrado, mas sim como uma obrigação a ser cumprida com humildade.
Que todos nós consigamos ver nossas posições de liderança com tamanho altruísmo. E que Deus abençoe o Papa Francisco e todos os leitores desta mensagem.
Patrick Lencioni
Patrick Lencioni é escritor, palestrante e consultor. Fundou e preside a Table Group (www.tablegroup.com), consultoria dedicada a construir organizações saudáveis. Traduzido sob licença, veja o original em inglês aqui
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